sábado, 29 de setembro de 2007

É sério isso?

E eis que googlando eu vi um pra uma pergunta no Yahoo! Respostas (por que que eu ainda clico nisso?):

- Alguém sabe me dizer se o cabelo da Beyoncè é natural?

E relacionada a essa tinha outra pergunta:

- O que as negras americanas fazem pra ter um cabelo lisinho parecendo natural?

Gente, é sério que alguém ainda acredita em Papai Noel? É sério que só eu sei que estes cabelos lisinhos e naturais são perucas e entrelaçamentos muito bem feitos? E o engraçado é que se você sugerir a essas madames que se matam passando tudo quanto é porção mágica no cabelo a fazer o mesmo, as ditas responderão: - Ah, mas eu queria o meu próprio cabelo...

Então tá, né?

Alguém aí...

...me dá uma aula de daytrading? Ou de sueco?

Abobrinhas II - Como ficar quentinho no inverno

Mas falando sobre estações do ano, pra uma coisa me serviu vir "morar num lugar tão legal que basta jogar açúcar no telhado e o sorvete já desce pronto!" (palavras do Urbano !). Eu fiquei muito encucada: como é que pode eu não morrer congelada num lugar que faz tanto frio quando no Rio eu batia os queixos com veranis 21°C? Mas agora eu sei e estou prevenida. Não sei se essa dica serve pra mais alguém mas fica aqui em todo caso: várias camadas é o que há! Sabe aquelas lingeries que ao invés de sutiã são uma camisetinha? Pois, eu sempre achei aquilo fofo, uma graça mas nunca vi utilidade já que o tamanho dele e o tamanho dos tops do nosso país tropical são quase os mesmos. Daí que esse é o primeiro passo para um look quentinho sem ficar parecendo que pegamos todas as opções possíveis do guarda-roupa. Depois se escolhe um top mais quentinho pra colocar por cima (de algodão, por exemplo), e depois desse top vai uma daquelas peças feitas mesmo pra usar com algo por baixo, tipo, um colete, um cardigã etc. Por cima de tudo, um paletó de tecido mais encorpado (mais no outono ou primavera) ou uma jaqueta grossa se for pra um inverno de verdade mas como eu me refiro à sobrevivência ao inverno do Rio de Janeiro, serve uma jaqueta mais ou menos grossa ou até jeans. Ah, e algo que ajuda muito é manter o pescoço agasalhado. Seja com uma gola alta, um lenço ou uma echarpe. Na parte de baixo, uma meia-calça de lã ou de algodão grossa + um par de meias quentinho + sapatos fechados (os melhores são os forrados e com cano baixo). Pronto. Estarás vestida(o) e quentinha(o) sem parecer o boneco da Michelin, isso, claro, se você atentar para o detalhe de colocar as peças menores por baixo e as maiores por cima. Questão de lógica, sabe? ;-D
E em se tratando de inverno na cidade maravilhosa, eu, que já sou uma viking, deixaria de lado a peça por cima do top porque é um pouquinho demais, mas vale pros friorentos.

E uma consideração final, eu sou um zero à esquerda sobre moda. Eu sei das questões práticas, como como se manter aquecido, já a combinação das peças fica a cargo de cada um.

Bom inverno! (Ah, não, o inverno está chegando é pra mim).

Abobrinhas

Sabe que uma coisa que percebi quando me mudei é que moda é uma questão cultural assim como o senso de ridículo varia regionalmente?
Sabe aquelas coisas que você não usaria nem amarrada? E é claro, fazendo parte de um grupo, como você faz, nenhuma de suas amigas usaria também? Consegue imaginar o tamanho do choque que é ver um monte de gente com umas coisas que não dá pra imaginar como passaram pelo espelho e não tiveram um piripaque. Tipo, eu não sou o tipo mais fashionista e eu curto muito (e aliás, são os meus favoritos) os tipos alternativos que vejo nas ruas de Malmö. Só é um choque muito grande ver tudo o que você sempre acreditou ser um "nunca" adotado tão tranquilamente por várias pessoas.

Nessa entra a questão das meias. Sabe quando você vê alguém desfilando de short, tênis e meias pretas até a canela e diz que é coisa de gringo? Em algum momento de sua vida você não "descobriu" que meias pretas com tênis e shorts eram ridículas? Pois aqui é ao contrário: Não saia na rua de meias brancas (graças a Deus eu nem ando de tênis e shorts pra não não ter que fazer essa escolha). Pois é, sabe aquela risadinha que vc dá quando vê aquele gringo vestido engraçado? Elas se tornarão contra você. Cara, o que você faz quando o seu namorado, que é courier, está todo animado porque é verão e pode finalmente trabalhar de bermuda e mete aquele indefectível look "oi, eu sou gringo"? Dilema: Faz ele calçar um par de meias brancas e se sentir feito um ET no meio da suecada ou engole o senso crítico gritando na sua consciência que aquilo é um atentado? Eu escolho a segunda, porque pelo menos pra maioria ele estará certo e abstraio. Olho e vejo um belo par de meias brancas pelo poder do OMO.

Pessoas de pouca habilidade analítica explicam essas diferenças como mau-gosto and so on. Eu acho mais é que é ver as coisas sob outra ótica.

Ah, whatever!

Continua...

A Girl Like Me

Então que eu estava na casa de uma amiga que viajou pra ajudá-la com a filhinha dela. Daí naquele momento de paz e tranqüilidade que é quando a criança dorme, resolvi ligar a televisão. Sou daqueles tipos que assistem televisão uma vez a cada seis meses só pra constatar que tudo continua o mesmo. Assim, eu até sei o que rola na telinha mas não faço idéia de quem seja o que. Tipos, Zac? Sienna? Fomos apresentados?

Tá, mas segue-se. Da Oprah eu sempre ouvi falar, mas como eu nunca tive TV a cabo (pra dizer a verdade hoje em dia nem televisão eu tenho mais - obrigada, senhor! \o/), sim, mas como eu nunca tive TV a cabo, nunca vi um programa dessa figura. Daí que nessa tarde tava lá: as letrinhas diziam que em 5 minutos começava a própria! Daí eu faço o que? Vou assistir pra ver a que se deve a fama dessa pessoa. E vi. Bem, na verdade eu não sei a que se deve porque o que me interessou mesmo foi a convidada, Kiri Davis. Kiri, uma adolescente de 17 anos, fez um documentário chamado "A Girl Like Me" que repete o teste das bonecas feito pelos psicólogos Kenneth e Mamie Clark nos anos 40, se não me falha a Wikipédia.


Infelizmente, sem legendas.


Desse mesmo programa Chadra Wilson (pelo que eu soube, uma atriz de uma série. Já disse, não me perguntem) e Tangela e seu filho de 13 anos foram convidados pra falar do tema negros/auto-estima/auto-aceitação.
Chadra, ao ser perguntada sobre as bonecas que dava para as filhas, respondeu que eram bonecas de todos os tipos: loiras, negras, asiáticas, mas que também dependia do que as filhas queriam, que por exemplo uma quer uma boneca pra brincar de pentear.
Já Tangela (nenhuma artista, somente alguém com uma história que algum produtor achou interessante) diz ter pedido a Deus para mudar a cor de seu filho, não deixá-lo nascer tão escuro quanto ela. O rapaz hoje em dia é um adolescente e tem o mesmo complexo de inferioridade que a maioria dos adolescentes, porque esse complexo não é exclusividade de quem é negro. Levanta a mão quem nunca se achou gorda demais, magra demais, alta demais, baixa demais, branca demais, com sardas demais...

Na minha humilde opinião, eu acho curioso ver uma mãe querendo que o filho não sofra por ter um tom de pele escuro (e lindo, por sinal) quando ela mesma é preconceituosa até a alma. O mesmo é ver a outra, a atriz, com os "parentes" esticadinhos e não querer que os filhos rejeitem a própria identidade. Se eu mesma faço tudo pra mudar, pra não parecer tão negra como posso querer que meu filho se olhe no espelho e se goste? E por último, eu achei paradoxo ver a Oprah com a pele "bleached" (seria clareada a palavra? sabe aquele clareamento artificial? um com creme que vai eliminando camadas da pele? esse!), então, mas ver essa senhora com esse bleaching e nariz afilado por plástica e mais as convidadas com com seus caracoizinhos cruelmente esticados dizendo pros outros não terem vergonha de serem negros. Acho contraditório demais.

Um bônus foi saber que o complexo do pessoal de olho apertadinho é não ter aquela dobrinha na pálpebra, bem perto dos olhos. Eu juro que pra mim foi uma surpresa. Eu já sabia que a cirurgia plástica número um entre asiáticos era a cirurgia nos olhos, mas não fazia idéia que era pra conseguir essa dobrinha. Pra dizer a verdade eu nem nunca tinha reparado que uns tinham e outros não. Diz aí, quantas vezes você olhou pra alguém e disse: "Uau, que dobrinha na pálpebra!"

Só pra constar, isso aqui não é uma crítica à apresentadora, até porque eu não posso criticar alguém que eu vi apenas uma vez.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Mas será o benedito?

E agora deputados querem recolher previdência de brasileiros que moram no exterior. A desculpa, digo, a justificativa é que a maioria desses emigrantes quer voltar ao Brasil e esse tempo de contribuição acaba fazendo falta. Nobre isso. Mas daí eu me pergunto: esses brasileiros já não recolhem suas contribuições previdenciárias NO PAÍS onde vivem e TRABALHAM? Então esse tempo não vai fazer falta. Ah, gente, faz favor, eu sei contar. É o mesmo que mudar de emprego e continuar recolhendo pela empresa anterior além de recolher pela atual. Não faz sentido. Essas pessoas (inclusive eu) não podem ser obrigadas a pagar duplamente por suas previdências. Se eles estão fora e pretendem voltar ao Brasil, parte de seus benefícios serão correspondentes àquelas contribuições feitas quando moravam no exterior. Será que estou errada?

Aqui você acompanha essa
novela.

domingo, 23 de setembro de 2007

E eu finalmente tirei as tranças

Como eu já previa, assim de cara, fiquei um tanto desapontada com o meu cabelo. A textura que ele tem não é a mesma que eu desejava. Mas essa é uma fase que vi muitas meninas relatarem. Depois passa.

Pois o primeiro dia foi o dia do "o que foi que eu fiz" ou "por que eu estou fazendo isso?". Mas depois do primeiro, segundo, terceiro dia fui percebendo que ele vai tomando forma e melhorando daquele aspecto ressecado e ficando com uma carinha mais hidratada. Acho que se ele pudesse falar, diria: - "Você não acha que está exigindo demais não? Você me amarra naquelas tranças por 1 ano, dentro das quais a única coisa que eu vejo é água e xampu. Como é que alguém em sã consciência ia achar que o dia em que eu me visse livre pra respirar eu estaria com cara de cabelo mais saudável do mundo? Give me a break!"

Pois é, estressadinho ele, né? Mas fato é que eu estou me acostumando a ver minha cara diferente e meu cabelo puro e saudável. Coisa que eu não sabia o que era, haja visto que os maus-tratos datam de 20 anos, no mínimo. O fato de eu estar em um lugar onde ninguém tem na família uma viva alma com cabelos do tipo dos meus também ajuda. O tanto de gente que fala que eles são lindos me faz sentir como se eu estivesse no Brasil e tivesse acabado de fazer uma progressiva (pé-de-pato, mangalô três vezes!). É claro que não vou esperar dos meus compatriotas elogiarem o que um dia alguém disse que era cabelo ruim (e ele não fez nada pra ninguém pra merecer esse título). Estou até me preparando psicologicamente pra os impropérios que as pessoas dizem sem nem te conhecer como se a vida deles fosse ficar mais rica e feliz se te ofenderem.

Sei que estou amando redescobrir meus cachos. Veremos quanto tempo vai durar.

domingo, 16 de setembro de 2007

Pronto! Eu acho que agora acabou!

Acho que ontem fui para a última kräftskiva da temporada. Há um tempinho não me divertia tanto. Sabe quando se dá tanta risada que as bochechas ficam doídas? Pois é, assim que estou.

Festejar é bom, conhece-se tanta gente... Ontem eu conheci uma russa que vive na França e estava aqui em Malmö visitando a amiga (minha e dela) que também é russa e mora aqui - por enquanto. Aliás, uma coisa que tenho vivenciado aqui é a volatilidade da vida das pessoas na minha faixa etária. Malmö é uma cidade muito internacional, com muitos imigrantes, estudantes e pessoas que vêm transferidas por suas empresas para trabalharem ou fazerem algum treinamento aqui, que é o caso dessa amiga que citei. É bem interessante porque conhecemos muita gente, fazemos muita amizade, mas como essas pessoas estão normalmente só de passagem, elas acabam voltando a sua terra natal ou sendo mandadas para alguma outra cidade, que mais uma vez é o caso dessa amiga, que tive a oportunidade de conhecer há poucas semanas e que em três dias estará de malas prontas para Estocolmo. O bom é que amizade permanece. Uma vez feitos, amigos não perdem seu lugar em nossa vida, mas é chato saber que aquele amigo não estará ali, ao alcance quando você quiser ir simplesmente dar uma volta, falar abobrinha ou tomar um café. Felizmente, depois de um tempo em Estocolmo, ela voltará para Malmö por alguns meses. Infelizmente, depois desses meses ela volta ao seu país. Mas como eu já disse, a volatilidade é grande e nessa fase de vida nada é definitivo. Vai que depois de tudo ela muda pra Austrália? Enquanto isso vou colecionando amigos all around the world.
Ah! E a outra amiga, bem, a outra amiga voltou esta tarde para Paris. Au revoir!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Dreads


As dreadlocks são boa opção para quem quer deixar o cabelo crescer mas se incomoda com o volume nos cabelos crespos. E quem acha que esse tipo de trança deixa a pessoa com aspecto desleixado, devia fazer uma boa busca em fotos desse estilo de cabelo. O incoveniente é que, uma vez feita, as dreads só saem cortando-se todo o cabelo trançado. Há a alternativa das fake dreads, feitas em lã. Aqui tem uma entrevista bacana e informativa com a cabeleireira Chris Oliveira, da Cia das Tranças. Eu visitei a página deles e amei esse estilo aqui.

Ai, como a minha mão coça!

Eu fico navegando pelos álbuns do Fotki, vendo tanto cabelo lindo e saudável que fico aqui me coçando pra tirar as tranças que fiz há menos de dois meses e que me custaram os olhos da cara mais a cirurgia de reimplante! Aliás, eu nem postei uma foto com as tranças novas. Nem é tão diferente, mas vá lá:


É, não dá pra ver muito bem mas só agora fui perceber que não tenho uma foto decente com as tranças (quase) novas. Também o penteado nem varia, ou está preso assim, ou num rabo, ou com um gorrinho que comprei para os "bad hair days" e que só usei uma vez pra ver como me sentia.

Políticas e visitas

Não é que os benditos aprovaram a prorrogação da CPMF? E por falar nisso, COMO ASSIM o digníssimo Luís Inácio Lula da Silva esteve aqui e não me visitou? Como assim ele conheceu a minha ídala mor em terras vikings e eu não? Não que eu seja assim tão ligada em política, mas se posso ser um pouco frívola, eu acho Nyamko Sabuni O (com o maiúsculo) exemplo de beleza negra. Natural, diga-se de passagem.
Mas voltando ao assunto, a visita do presidente me remete ao carrossel de emoções que tenho a respeito de seu governo. Não consigo concordar com medidas como a prorrogação da CPMF, cotas em universidades públicas e tapas-buracos como bolsas -família, -escola, -gás e etc, mas o acordo que ele vem buscando com outros países para redução de taxas ao etanol brasileiro me parece uma medida que beneficiará o país em longo prazo. Eu não acredito em nada (nem em ninguém) que prometa colocar nossa nação nos eixos em 4 anos. É impossível consertar em tão pouco tempo algo que já começou errado há mais de 500 anos atrás.
Mas do que eu estava falando mesmo? Ah, sim, Nyamko Sabuni é L-I-N-D-A! As fotos abaixo são do jantar de gala oferecido ao presidente no Palácio.

Fonte:
Svenska Dagbladet



FOTO: Bertil Ericson / SCANPIX