quinta-feira, 22 de maio de 2008

Projeto Físico-química do cabelo: diferenças com o tipo étnico

Disponível na internet um artigo sobre o projeto Físico-química do cabelo: diferenças com o tipo étnico, coordenado pela química Inés Joekes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Abaixo, o trecho que achei mais interessante. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

"(...)Mas nem os condicionadores restauram um dos tratamentos mais agressivos que Inés já viu desde que começou a investigar a eficiência de cosméticos de cabelo em 1983: o alisamento dos fios, feito por pessoas que têm cabelo crespo ou ondulado e desejam deixá-los impecavelmente lisos. Carla aplicou em mechas de cabelos crespos dois tipos de cremes alisadores encontrados no mercado – um à base de tioglicolato de amônia e outro com hidróxido de cálcio ou lítio. Em seguida, deixou agir por 20 minutos, tempo de uma sessão de alisamento, e 60 minutos (três sessões), antes de analisar os fios ao microscópio.
Ainda que usados em baixas concentrações, esses compostos deformam de maneira irreversível a estrutura microscópica do cabelo. Diferentemente do cabelo liso, de formato cilíndrico, o cabelo crespo é achatado e com torções naturais, como uma escada em caracol. Tanto o tioglicolato como o hidróxido – também usados por quem tem cabelo liso e quer deixá-lo encaracolado com um tipo de penteado chamado permanente – destroem as ligações das fibras de queratina, desfazendo as voltas microscópicas do fio. O cabelo fica liso e mais frágil, como um fio de alumínio retorcido que é esticado. “Surgem trincas e sulcos que reduzem a menos da metade a resistência dos fios ao alongamento”, explica Inés.

Algo semelhante acontece no alisamento térmico em que, em vez de cremes, prende-se o cabelo entre duas chapas aquecidas de um pequeno aparelho – a famosa chapinha, versão moderna de passar o cabelo a ferro. “O cabelo fica mais opaco e áspero ao toque”, diz Carla. “Para melhorar sua aparência, é preciso usar muito condicionador, cremes para pentear e compostos oleosos, que funcionam como um lustra-móveis em uma mesa riscada: preenchem-se os buracos, mas não se eliminam os danos.”(...)
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