quarta-feira, 18 de abril de 2007

Minha jornada - Introdução

Desde antes de aprender a contar até 20 uso produtos de cabelo. Creio eu que há mais de 20 anos. A princípio por proeza de mãe e na seqüência por minha própria conta e risco.
As memórias das minhas experiências sobre cabelo devem ser similares a de muitas outras brasileiras.

Pois, acontece que há algum tempo comecei a perceber, sempre perto de retocar o relaxamento, que o cabelo que crescia era bonito e macio, e nao super-ressecado como eu supunha. Comecei a ficar curiosa mas nunca tive a paciência de esperá-lo crescer, e nem a coragem de lançar mão de artifícios que me ajudariam a "camuflar" o cabelo em "metamorfose", como as tranças, por exemplo. Fora que sempre aparecia algum evento e aí vem a primeira questão na minha mente: "O que eu vou fazer no meu cabelo?". E a resposta era sempre o relaxamento, salvador.

Bem, o tempo passou, e por razões que só o coração explica e a razão desconhece, viajei no final de fevereiro do ano passado para Malmö, Suécia para visitar meu noivo. Além de muitas outras diferenças culturais, um fato intrigante, um "abre-olhos" ou "abre-mentes" digamos assim, foi ver meninas negras (ok, não são muitas) muito felizes e satisfeitas com seus cabelos afros. Bonitos, bem-cuidados, bem.arrumados e, SIM!, volumosos, cheios, daquela forma que toda brasileira não deseja nunca ter (elas foram mais uma das razões que me levaram a querer mudar).Não sei nem se preciso mencionar as loiras que fazem permanente, as que fazem dreadlocks e outras tantas que usam muita pomada pra conseguir um efeito que nós não precisamos nem nos esforçar pra conseguir.
Voltando as primeiras, vale mencionar que são provavelmente meninas que ou foram adotadas por suecos (e isso é uma outra história) ou nascidas aqui e que têm pai ou mãe negros. Mas acho muito bonito ver alguém fazendo algo que eu cansei de ouvir que era feio ficar bonito. E aumenta muito minha auto-estima quando os amigos que tenho aqui ficam maravilhados a cada vez que vêem minhas tranças.
Eu queria ter a ousadia de fotografar as meninas que vejo aqui. Mas como não tenho, vou compartilhar aqui em capítulos, etapas da minha jornada. Seria ótimo também se alguém que estiver no mesmo caminho quiser compartilhar sua história e sua trajetória aqui. Sejam bem-vindas!

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